O espaço-informação: uma luz de percepção.
Estou lendo, atualmente, um livro chamado “Cultura da Interface” de Steven Johnson e posso dizer que é um dos livros mais brilhantes que já li sobre internet. E uma das reflexões presentes no livro me fez refletir por meia hora: o espaço-informação.
Doug Engelbart é considerado o pai da interface justamente por fundar esse conceito em 1968. Basicamente, espaço-informação é a transmissão de informação através do espaço, e isso é a base da internet. O espaço pode ser entendido desde como físico até como virtual e informação como tudo que possa ser considerado um dado, conceito.
No livro, o autor cita o exemplo do poeta grego Simônides, que utilizou o que foi chamado como “palácios da memória”. Ele arquitetava e decorava os palácios e os salões contidos neles com desenhos, artefatos e objetos que informava aos visitantes a história daquele povo, nação ou de qualquer outro personagem da história grega.
Aplicando aos nossos dias, vejo que esse conceito de espaço-informação é a base também do Design. Hoje, tudo planejado sob um olhar do design possui um conceito por trás do objeto. Mas a grande influência recai sobre a internet.
Todo site, bem construído e pensado, é uma fonte do espaço-informação. O layout, template, diagramação, tudo aquilo, além do conteúdo, passa-nos informação. Como o autor defende, vivemos numa cultura da “memorização visual”, ou seja, memorizamos mais as coisas que vemos do que o que lemos. E é justamente nisso que o espaço-informação atua. Por exemplo, os ícones presentes no desktop do seu computador, como os do “Meu computador” e o da “Lixeira” são espaço-informação. Se tirarmos a legenda deles, ainda saberemos o que são aqueles ícones. Nesse ponto, acredito que o espaço-informação atua num campo da intuição, ou seja, os objetos pensados sobre esse conceito formam uma linha intuitiva, para que eles sejam visualizados, entendidos e memorizados.
Quem diria que o conceito que Engelbart fundou iria ser a base de toda rede de informação que circula o mundo contemporâneo…
www.atlasmedialab.com
ishida, algumas sugestões de pesquisa:
* a diferença entre web e internet. vc vai descobrir que a web é uma interface para o universo de dados da internet (e uma outra interface pros mesmos dados estão nos clientes).
* desenvolvimento da metáfora do desktop: o livro mesmo faz um belo trabalho a esse respeito, mas vc pode continuar lendo o insanely great, do steven levy, que conta a história da apple. e pode até dar uma olhada em metáforas diferentes: a microsoft tentou um mundo à la second life em um portátil deles, a amiga tinha uma metáfora de fábrica!
* outros periféricos de interação com o PC: vc já viu o wiimote e provavelmente já viu o minority report. mas cheque o projeto gotcha, o trackheading, o haptic radar… enfim, estamos numa época que não pensa em outra coisa…
Explicação incrível, cara! Já li este texto uma 3 vezes é só agora entendi