A terra de ninguém está começando a virar de alguém*…
Primeiramente, a fonte do post de hoje: o blog de Tiago Dória e o post que me fez refletir. Por favor, deem uma lida para entender o contexto.
Pois bem, não estranho que serviços da Web sejam vendidos a conglomerados como a NewsCorp pois é um caminho até natural: o Orkut, Blogger, entre tantos outros foram criados por um indivíduo ou grupo de amigos e vendidos para empresas. Essas compram esses serviços por visarem lucro e bom negócio. Mas a questão que fica é: elas possuem uma visão do serviço assim como ele está ou já visam transformações para adequar aos seus negócios? Isso que me preocupa.
Acho bem equivocado uma empresa comprar um serviço da Web já pensando em modificá-lo para se adequar a um modelo lucrativo. Para mim, a Web é muito sensível a mudanças, e acho que você mesmo já notou isso. As waves são piores que marés: lembro que desde que me interessei pela internet, já passei por tantas que nem consigo lembrar direito(= ICQ, Second Life, Mirc, AOL e daqui a pouco, Orkut, entre outros). Qualquer mudança, mesmo pequena, pode transformar os ventos e o negócio ir por água abaixo. Por isso que o Google faz mudanças singelas e bem calculadas para suas ferramentas (= Youtube e seu novo modelo de propaganda). O Google sabe do poder das waves.
Sendo assim, acho complicado uma empresa comprar um serviço e deixar escapar seus primeiros criadores. Eles possuem uma visão que talvez ninguém tenha e sabem das mudanças que acarretarão ou não “revoltas” na Web. Então a questão é: como ser atrativo comercialmente mas não deixar de sair da wave? Como transformar algo que foi feito para ser uma rede social em algo que seja social e um modelo de negócio? Isso é uma incógnita.
O título do post é uma premissa bem a grosso modo, porque nem sei (e isso pode render até uma discussão) sobre quem pode(ria) ser considerado o dono da Web* (isso é um grosso modo, obviamente, porque a Web nasceu livre e a manutenção dessa liberdade é de interesse de muita gente). Mas, se continuar da forma que a notícia do Tiago Dória afirmou, daqui a pouco toda ferramenta e serviço da Web pertencerá a um ou dois conglomerados. E isso é preocupante, já que vivemos desses recursos. Não digo que caminhamos para uma internet inteiramente paga, mas que caminhamos para uma espécie de monopólio. E monopólio não é bom para evolução e inovação, palavras essencias da Web.
*Esse alguém pode ser: os conglomerados compradores de serviços, as empresas de telefonia que controlam o acesso a Web, os servidores de páginas WWW, os servidores físicos (deve existir, não tenho certeza, mas ouvi falar) da Web ou, por fim, os órgãos reguladores do governo (na China isso seria bem visível).
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