Três dicas para se analisar qualquer coisa da Web
Posted On 18/09/2010
Andei lendo várias referências para análises, métricas e mensuração de dados em Web e acabei percebendo algumas raízes básicas presentes em todos os modelos. São impressões minhas do que li e pesquisei, então, talvez haja casos que não se apliquem. Mas vamos lá.
1 – Sempre leve em consideração o contexto e a origem das ações.
Nunca pense que qualquer informação responde por ela própria. Todo dado gerado por ações humanas tem um contexto embutido. Ninguém entra em um site sem querer. No mínimo, estava buscando algo e caiu no site errado. E esse “algo” pode ser aproveitável, já que podemos descobrir uma forma de se desvincular dele ou aproveitar para tornar o site mais completo e/ou agradável. No caso de buzz, todo discurso vem envolvido de alguma situação e ela deve ser pensada. Ninguém twitta algo sem ter alguma motivação ou contexto. Um bom indicador disso é o Trending Topics. Como nós vimos várias vezes, muitos dos contextos diários mais evidentes param no TTBr ou mundial. Por isso, o TT serve para descobrirmos o que anda rolando por aí.
2 – A vida offline influencia a vida online muito mais do que você imagina.
Esse item está dentro do primeiro, mas não custa lembrar. Nunca pense que a web vive separada do mundo real em qualquer hipótese e situação. Tudo que fazemos na Web tem um pé (às vezes o corpo inteiro) na vida real. De novo, caímos no exemplo do Trending Topics. Podem reparar: os TT são motivados pelo o que acontece no mundo real. #CalaBocaGalvão só rolou durante a Copa. #VMA2010 só foi durante o evento, e assim vai. No Analytics não muda nada: o número de visitantes em um site é fortemente influenciado por ações offline. Se a Volkswagen lança um novo carro, é batata: o site dela vai ter um aumento de visitantes. E, novamente, descobrir o contexto dessas novas visitas é primordial para entender os resultados da campanha offline e online.
Por isso, sempre que você for refletir/analisar, sempre imagine as ações ocorridas no mundo terreno. Muitas das respostas procuradas surgem fora dos monitores. Assim como o mundo online também influencia o mundo real, claro. Mas ainda não há muitas formas de mensurarmos os resultados nesse caminho, já que, falando tecnicamente, “o mundo offline ainda não gera tags e logs de nossas ações“.
3 – Você faz parte do público. Aproveite-se disso.
Por incrível que pareça, o público de Web é mais homogêneo que pensamos. Óbvio que não em termos de interesse e utilizações, mas em termos de usabilidade e necessidades. Isso vale muito para Arquitetura da Informação e Design Digital. Ninguém gosta de um site mal estruturado, com dificuldades no acesso ou no carregamento, com os recursos pouco visíveis, etc.
Ninguém gosta de alguém que não pára de twittar o dia inteiro (pouquíssimas exceções). Ninguém gosta de blogs que não são atualizados com frequência. Se você quer comprar um carro, qual site você entraria? Como faria para encontrar a informação sobre suas dúvidas? Assim vai. Você não pode pensar que você está fora da bolha porque, no momento que você acessa a internet, você se inclui na aldeia.
Uma constatação: registramos um crescimento de mais de 110% no número de visitantes no blog. Gostaríamos de agradecer a confiança e ao interesse em nossos textos. Obrigado galera!
Conheça nosso novo projeto:
www.atlasmedialab.com
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3 Comments
Gostei do post. 🙂
Vejo diariamente os três tópicos no meu trabalho. Você tem toda a razão, Ishida, e é uma minoria que percebe ao menos um destes três aspectos.
Principalmente o segundo tópico, vivemos imersos demais pensando "internet,internet,internet", quando 99% das coisas ainda acontece offline. Ignorar isso em uma análise, ainda que informal, é certeza de erro.
obrigado rebeca!