A diferença entre Twitter e Blogs

Primeiramente, gostaria de divulgar meu último post no blog da Direct Performance, sobre Índice Klout. Critiquem, elogiem, enfim qualquer comentário é bem vindo.

Apesar do título mostrar algo meio óbvio, o presente post vai se focar nas diferenças no comportamento de quem escreve um tweet e de quem escreve um post de blog, visando uma análise em mídias sociais.

A principal diferença é justamente a obviedade: enquanto o Twitter é limitado em 140 caracteres, o Blog não tem limites para sua imaginação. Essa diferença implica muitas coisas e é a raíz do restante que iremos falar aqui. Então vamos lá.

O Twitter foi feito com essa limitação porque era destinado aos dispositivos móveis (=celular). Agora vamos pensar: por que alguém entraria na web e produziria uma mensagem no celular? A resposta parece sem causa (=porque sim), mas ela está mais relacionada ao fato de sempre querermos abrir um diálogo com as pessoas. Diálogo no sentido de queremos ser notados ou mostrar o que estamos fazendo/presenciando naquele momento (lembre-se bem disso!). O Twitter é uma ferramenta de conteúdo instantâneo e isso vale tanto para quem está com um celular na mão vendo um terremoto quanto para quem está assistindo o programa da Hebe e quer falar o que achou do vestido dela. E justamente por ser 140 caracteres, a pessoa escreve em poucas palavras e sem demonstrar claramente o que está pensando. E isso é extremamente importante levar em consideração para uma análise em mídias sociais. Vejamos um exemplo:

Tweet: Que propaganda foi essa da Nike?
Título do post do Blog: A propaganda da Nike

Em uma análise, eu não conseguiria entender o que o usuário twittou sobre a propaganda. Ele ficou impressionado ou está criticando? Ninguém sabe. Entretanto, em um Blog, mesmo com um título genérico, o post irá me mostrar se a pessoa gostou ou não da propaganda. Ou se apenas a divulgou. Basicamente, a diferença é que Blogs não dão margem para dupla interpretação da informação. Twitter pode dar, justamente por conta do “enxugamento” de caracteres.

Outra diferença está justamente no grifo especial logo acima. O Twitter tem diversos aplicativos integrados, que possibilitam a postagem em diversas ocasiões. Existem aplicativos muito simples de se mexer para celular e computadores, além de integração com diversos sites e portais (quem nunca viu o famoso botão de Share no Twitter?). Ou seja, é muito fácil produzir um tweet. E essa facilidade possibilita que o Twitter se transforme no porta-voz do que a pessoa está sentindo no momento. Basicamente, o Twitter é o meio que a pessoa pode exprimir seu estado emocional: raiva, amor, tristeza, felicidade, etc. Para quem usa Twitter, quantas vezes você não viu seu amigo reclamando com muito ódio daquela operadora de celular, do e-commerce que não entrega a mercadoria, da briga com a namorada, entre tantos assuntos cotidianos e efêmeros?

Já os Blogs não são sentimentos efêmeros. Se eu posto uma reclamação sobre um banco, é porque com certeza a empresa me deu muita dor de cabeça. Basicamente, o Blog serve como registro de um processo: se eu reclamo sobre um banco no meu blog, é porque eu já passei pelas atendentes, o problema persistiu, eu tentei outra forma de resolver e nada. Como postar em blog é algo bem mais demorado do que Twitter, o usuário apenas produz conteúdo se quer ser lido. Além disso, postar em blog não é algo tão aberto como o Twitter. Apesar do Tumblr possuir uma função de “reblogar” para outros Tumblrs, não é uma tarefa muito rápida.

A impressão que transmito aqui é que não devemos ligar muito para Twitter. Não é isso. O que eu digo é que devemos levar em consideração as circunstâncias da produção de conteúdo por parte dos usuários (e isso vale para todos os outros meios). Basicamente, não podemos equiparar Twitter e Blogs em uma análise. Devemos pensar em analisar cada um separadamente e criar métricas próprias para cada uma. Para ajudar nessa tarefa, leia este e esse post.

Para finalizar e dentro do assunto “comportamento do usuário nas mídias sociais”, coloco aqui a excelente apresentação de Leo Naressi no Proxxima 2011, sobre Search Intelligence.

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