A relação entre Twitter e Blogs

Após uma rápida comentada no post sobre mensuração em Blogs, eu pensei que fosse uma boa idéia falar sobre o que eu penso da relação Twitter e Blogs antes de comentar sobre as diferenças entre eles, na visão analítica de mídias sociais.
Para começar, a minha visão faz parte da maioria dos teóricos: nenhuma mídia substitui a outra. Aliás, mídia eu entendo como um meio de comunicação que transmite uma mensagem ou conteúdo. Ou seja, basicamente tudo que possa criar uma relação entre emissor, mensagem e receptor. Por exemplo, uma camiseta é uma mídia: eu posso fazer uma estampa com uma mensagem (com sentido ou não) e alguém (quem está vestindo ou quem vê a estampa) será o receptor da mensagem. A observação aqui é que uma mídia só é uma mídia quando há a apropriação coletiva e diversificada de formas e conteúdos. Por exemplo, mesmo nós podendo escrever uma mensagem em uma maçã, ela não é uma mídia porque ninguém a utiliza para isso. E, quando alguém a utiliza assim, é uma apropriação momentânea (talvez artística). Enfim, é uma definição minha, que é uma junção de várias definições e, com certeza, deve ter falhas, mas levo mesmo assim.
Voltando, quando o Twitter surgiu, muitos disseram que ele substituiria (ou mataria) os Blogs. A idéia estava errada desde o começo: o Twitter era um microblog, ou seja, não era um blog. É a mesma coisa de comparar rádio e CD: enquanto o primeiro você põe áudio infinitamente, o CD tem limite de capacidade. Obviamente, com esse primeiro viés, a idéia caiu abaixo pela grande maioria dos pensadores e críticos. Após essa discussão inicial e já com as duas mídias funcionando concomitantemente, o segundo ponto levantado foi: o Twitter “abocanhou” os blogs pessoais, aqueles mais cotidianos? O ponto levantado é que o Twitter desestimulou o usuário a postar coisas cotidianas nos blogs, no estilo próximo aos diários pessoais (aliás, esse foi o primeiro grande uso dos blogs).
O ponto é que aqui temos outra variável no meio: o amadurecimento da mídia. Os blogs amadureceram, mudaram a antiga imagem de “coisa de adolescente” para uma das principais mídias da web. Hoje, há diversos usos e os internautas sabem disso porque os blogs se proliferaram por aí. E, sabendo disso, todo mundo vai diversificar o uso e não ser apenas uma agenda pessoal. Ou seja, não é que os blogs pessoais sumiram: eles se diversificaram ou, no caminho mais provável, encontram-se no famoso Tumblr, que anda bombando atualmente e que é bem mais propício para esse tipo de uso.
Outro ponto é a questão da “presença na web”. Uma coisa é eu ter um perfil no Twitter. Outra coisa é eu ter um blog. Em termos de presença pessoal, é muito mais atraente ter um blog do que um Twitter. Apesar das opções de personalização, no Twitter a estrutura é a mesma, ou seja, na essência todos os perfis são iguais. Nos blogs não, você tem diversas formas de se mudar a cara do blog, até mesmo mudar toda configuração dele. Basicamente, enxergamos o blog como um espaço só nosso, do jeito que queremos. E ter a sensação de domínio próprio (www.seunome.blogspot.com) é um dos principais fatores. O fato das pessoas terem que digitar o endereço do blog ao invés de clicar em um link na forma de @seunome faz uma enorme diferença.
A minha opinião é que o Twitter impulsiona os Blogs. Em um post muito bacana do Tiago Dória, ele cita que o Twitter se tornou um importante fonte de tráfego, ou seja, fez o blog ganhar uma potente voz, com um grande poder de disseminação. O que concordo com o Dória é que o Twitter impactou no volume de comentários. Mas, nada que um agregador como Echo para consolidar os tweets sobre os posts em sua caixa de comentários.
No próximo post, comento sobre o segundo ponto do assunto: quais as diferenças entre Twitter e Blogs em termos de análise em mídias sociais?
Até mais.
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