Resenha da #Expon 2011 #socialmedia

Nos dias 21 e 22 de julho de 2011, ocorreu o Expon 2011, no Teatro Frei Caneca, em São Paulo. Eram três salas e as palestras eram baseadas em duas áreas: Social Media e Search Marketing. Frequentei mais as de Social Media e trago um “pequeno” resumo/comentário sobre as palestras que fui. No final, eu deixei as frases de efeito e uma novidade bombástica.

Foto panôramica da Sala 1 (via @guanabara)

Eu vi as seguintes palestras:

– Inteligência de Mercado aplicado em Mídias Sociais, de Alfredo Passos (ESPM)
– Níveis de Maturidade em Mídias Sociais, de Diego Monteiro (Scup)
– A mesa redonda “A importância do marketing digital no desenvolvimento de novos produtos”
– A Teoria da Evolução das Mídias Sociais, do Gustavo Guanabara (Guanacast)
– Desenvolvendo um Novo Negócio Usando Links Patrocinados, Social Media e Youtube, com os gringos da Ofertas Resumidas
– A mesa redonda sobre o futuro das compras coletivas
– Crowdfunding e o Futuro das Micro Doações, com o Luiz Otávio (Catarse.me) e Vinícius Dacol (Muude.com)
– Buzz: Aprendendo a Escutar Consumidores na Mídia Social, com Juan Fouz (IZO) e Gustavo Arjones (Socialmetrix)
– Social Media Analytics na Prática, com Gustavo Arjones (Socialmetrix) e Estevão Soares (Estrategi.ca)
– Criação Coletiva e Socialização do Conteúdo com a Audiência, de Sérgio Ludtke (Época)
– A mesa redonda sobre Web Analytics

O interessante é que as palestras se completam em termos de conteúdo. Por isso, irei falar primeiro sobre as de Social Media.

Na palestra de Diego Monteiro (Scup), ele cita que existem níveis de maturidade de uma empresa nas mídias sociais. No modelo que ele sugere, são quatro níveis: intencionado (=focado em ROI e tático), organizado (=focado no conteúdo), integrado (=focado na qualidade do produto e serviço) e aculturado (=focado na experiência do cliente, ou também em BOI – Benefits of Investiment)


Percebe-se que, para cada nível, existem preocupações diferentes. Com isso, entende-se que são métricas diferentes, pois são objetivos distintos. Nesse caso, as duas palestras de Gustavo Arjones (Socialmetrix) abordam justamente isso: como os KPIs são determinados através dos objetivos traçados. Ele cita que, atualmente, as empresas buscam métricas de sentido tático e de disseminação, como menções à marca (=awareness), receptividade de campanhas, volume de retweets, likes no Facebook, visualizações no Youtube, comparação com concorrentes (=share of voice), entre outros. Ele cita que isso é natural, pois são os primeiros passos para amadurecer a idéia do uso das mídias sociais como Inteligência de Mercado.

Nesse ponto, a palestra de Alfredo Passos (ESPM) aborda com mais profundidade. Ele cita que as mídias sociais devem ser analisadas sob o ponto de vista de valor. Um exemplo que ele conta é do Cirque du Soleil, que fez uma pesquisa com seu público e percebeu que seu valor residia na diferenciação de suas atrações: ao invés de utilizar animais, foca-se em performances artísticas. Passos conta que esse tipo de pesquisa pode ser feita nas mídias sociais e deve ser parte da estratégia de negócios da organização.

Entretanto, para dar esse passo, saindo do Social Media Analytics e partindo para Social Media Intelligence, Gustavo Arjones cita que o Social Customer Relationship Management (=Social CRM) deve ser a etapa essencial para essa transição. Atuar e buscar engajamento com o público nas mídias sociais traz um volume relevante de informações que podem auxiliar na geração de insights estratégicos. Nesse ponto, o Guanabara faz uma contribuição valiosa em sua palestra e diz que as marcas devem evitar o “efeito William Bonner“, que se baseia em criar um distanciamento e espantamento das pessoas por uma determinada figura. As grandes marcas devem diminuir a distância que as pessoas sentem e criar relações de engajamento.

Para Gustavo Arjones, o grande desafio para a etapa de Social CRM e, consequentemente, para o nível de Social Media Intelligence nas empresas, é em relação ao Text Analytics, ou seja, as ferramentas de monitoramento devem buscar encontrar conversas relevantes através da identificação de significados e sentidos, e não como é hoje, em que as ferramentas buscam por palavras-chave (=keywords), sem analisar o conteúdo. Resumindo: quando houver ferramentas que localizam conversas através de seu significado e não por palavras-chave, teremos a base para realizar a Social Media Intelligence.

Agora saindo do mundo da Social Media, teve duas palestras sobre colaboração coletiva. Um sobre Crowdfunding e outro sobre Crowdsourcing. A de Crowdfunding eu já postei sobre um dos participantes, que foi o Catarse.me. O outro projeto é o Muude.com, que promete trocar cliques em mídias online por doações para instituições carentes.

A palestra sobre Crowdsourcing foi a do Sérgio Ludtke (Época) e ele contou como a revista lida com o conteúdo publicado pelo seu público. Um fato bastante interessante que ele conta é que foi a partir do 11 de setembro de 2001 (=queda das torres gêmeas nos EUA) que a internet foi colocada no patamar do rádio e televisão como real time media, ou seja, que o público e os canais podiam transmitir os relatos em tempo real via internet.

Dentro do assunto Crowdsourcing, uma coisa interessante que rolou na mesa sobre “Marketing Digital e o Desenvolvimento de Novos Produtos” foi a declaração do Paulo Ziliotto (Adidas) em que ele fala que a marca utiliza sua fanpage no Facebook para pesquisar sobre receptividade e sugestões sobre novos produtos.

Na mesa redonda sobre Web Analytics, os dois principais assuntos do momento ficaram em pauta: o Multi-Channel Funnels e o Social Tracker, ambos do Google Analytics. A mesa, que contava com Ruy Carneiro (WA Consulting), Diógenes Passos (Globo.com), Paul Lima (Lima Consulting) e Leonardo Naressi (Direct Performance = empresa que trabalho), tratou de comentar como esses novos recursos podem impactar e ajudar na análise de performance de campanhas.

Já na mesa redonda de Compras Coletivas, houve a principal revelação para mim: o Clickon está preparando uma oferta de venda de automóvel. Marcelo Macedo, representante do Clickon, disse que talvez uma concorrente (=eu chuto Groupon) lance isso em Agosto, mas eles pretendem lançar em Setembro e que, na Coréia do Sul, fizeram algo semelhante e conseguiram vender 2 mil Smarts.

Esse anúncio caiu bem no contexto da discussão, pois a mesa parecia um duelo mascarado entre os sites Clickon, Peixe Urbano e Clube do Desconto. Todos cutucavam um ao outro e também vangloriavam de suas qualidades.

Eu separei umas frases de efeito que escutei durante o evento e acho bacana compartilhar aqui:

“Gatorade é a única empresa no mundo que faz um monitoramento estruturado nas mídias sociais” – Alfredo Passos (ESPM) – veja um vídeo sobre isso aqui.

“Para estratégia em mídias sociais, recomendo que leiam Estratégia do Oceano Azul” – Alfredo Passos (ESPM)

“ROI (=Return on Investiment) só vale para curto prazo e não é confiável. Em mídias sociais, vale mais o BOI (=Benefits on Investiment) pois esse é focado no longo prazo” – Diego Monteiro (Scup)

“Qualquer estratégia de marketing precisa de pesquisa em mídias sociais” – Alexandre Inagaki (Consultor)

“Devemos lembrar que a grande vantagem do computador foi que ele não foi criado para ser meio de comunicação” – Gustavo Guanabara (Guanacast)

“Quem diria que os pais das redes sociais seriam o Mirc, Bate Papo UOL e o ICQ” – Gustavo Guanabara (Guanacast)

“Receber ofertas todos os dias é um saco” – Isaac Ezra (Clube do Desconto)

“Recomendo o documentário “Us Now” para quem curte colaboração coletiva na web” – Luiz Otávio (Catarse.me) – assista ao documentário aqui.

“A mídia social é consequência do mundo real. Por isso que Turismo e Produtos são sempre melhores avaliados, pois transmitem experiências positivas ao público” – Juan Fouz (IZO)

“Monitoramento é commodity. Todo mundo faz. A diferença reside em separar o que é ruído e o que é relevante” – Juan Fouz (IZO)

“Só invente indicadores que você realmente vá usar para tomar alguma decisão” – Gustavo Arjones (Socialmetrix)

“A tecnologia de “search” achatou o passado com o presente. Agora, na web, podemos simular o passado através dos registros deixados” – Sérgio Ludtke (Época)

“Curador de conteúdo da web deve sempre duvidar e sempre acreditar” – Sérgio Ludtke (Época)

“Audiência na internet é que nem água: em qualquer buraco escoa. Se o cara se apresenta como jornalista da Época, ele deve estar preparado para responder qualquer pergunta da audiência, inclusive “por que minha revista ainda não chegou?”” – Sérgio Ludtke (Época)

É isso, gostei bastante do evento, bem organizado e com uma ótima estrutura. Se tiver ano que vem, pretendo ir novamente.

UPDATE 1: O Clickon acabou de soltar a oferta relâmpago do carro Mini Cooper com 57% de desconto. Veja a notícia clicando aqui.

UPDATE 2: Para quem quiser ver as apresentações que rolaram no Expon 2011, aqui tem uma compilação em atualização.

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