Cool Hunting e as mídias sociais
Hoje fiz um curso sobre Cool Hunting na Integra Cursos, buscando entender como isso poderia me ajudar nas análises de tendências e apropriações nas mídias sociais. Saí do curso tendo alguns pensamentos.
O principal é que as mídias sociais é um lugar propício para o Cool Hunting. A base dele é o Reconhecimento (=conexão) e a Diferenciação (=identidade) que os indivíduos encontram perante um objeto (=entenda-se como qualquer coisa cabível de observação/análise). O que mais vemos nas redes sociais são as pessoas buscando se reconhecerem através de diferenciações comuns. Exemplo: fãs de Restart se mobilizando para colocar a banda nos Trending Topics do Twitter. Os fãs se reconhecem em um grupo, que se diferencia do mundo por conta da admiração pela banda.
O exemplo não é uma tendência (algo buscado pelos coolhunters), e sim um paralelo de como uma tendência se forma. Imagine que, no lugar do Restart, seja uma nova gíria produzida. Essa gíria conecta os integrantes do grupo que o criou (aqui vamos usar os nerds como exemplo). Os nerds começam a utilizar a gíria nas redes sociais e é uma forma de se diferenciar dos outros e estabelecer um sinal comum de reconhecimento entre os nerds. Como sabemos, vivemos na era do “hype aos nerds“. As outras pessoas, querendo também o reconhecimento, começam a adotar a gíria. E assim, após algum tempo, percebemos uma tendência da gíria se tornar popular. Até que atinge a todos e cai no vocabulário popular.
As mídias sociais é o local aonde se forma esses reconhecimentos e diferenciações. É lá que conseguimos estabelecer sentidos e significados dos grupos que se formam e que podem surgir as “epidemias sociais” (=como conceitua Malcolm Gladwell). É bom lembrar que o conceito de tendência deve ser usado somente quando há um histórico do comportamento ao longo do tempo.
É um assunto que pode render diversos pontos de abordagem dentro das mídias sociais e pretendo sempre utilizar quando fizer análises sobre os fenômenos que acontecem ao nosso redor, principalmente consumo de mídias.
www.atlasmedialab.com
Olá pessoal! Achei seu Post interessante , mas fiquei pensando que se é necessário que haja um histórico ao longo do tempo, de quanto tempo estamos falando, principalmente neste momento tão dinâmico que vivemos nas redes.
Eu também estou pesquisando sobre essa questão, mas pelo que vejo, depende muito do foco do sua pesquisa. Eu costumo sempre me focar em mudanças no comportamento de consumo das pessoas e sinto que um tempo bom é, no mínimo, dois anos, pois aí consigo saber as variações sazonais existentes e identificar em quais períodos houve mudanças. Assim, consigo monitorar essas mudanças e identificar se serão tendências.
Em casos que não há uma sazonalidade que influencie diretamente, acho que pode ser em menor tempo. Mas, em todos os casos, quanto mais base histórica anterior você tiver, melhor para monitorar os pontos de mudança.
E é importante lembrar que identificar tendências deve ser feita monitorando as mudanças. Se você, em seis meses, identificou alguma mudança, acho que é necessário monitorar mais seis meses para realmente comprovar uma tendência/apropriação do comportamento.