Resenha crítica do livro Blink de Malcolm Gladwell
Acho que a principal lição que o livro nos dá é que importa muito mais você ter poucas informações relevantes em mãos do que muitas informações genéricas (vale um pássaro bonito na mão do que mil feios voando, parafraseando). O primeiro capítulo me surpreende por já colocar, de cara, que a intuição e a primeira impressão valem muito para a tomada de decisão. Entretanto, lendo os demais capítulos, você começa a perceber que a intuição (sentimentos subjetivos) podem falhar e até que informações e dados podem ser úteis quando bem utilizados.
Acho que o capítulo decisivo para mim foi o quarto, aonde ele mostra que informações em excesso podem interferir de forma prejudicial nas ações, colocando alguns casos que isso mudou estratégias e resultados. Aqui eu senti na pele como é apenas necessário ter informações relevantes, mas esclarecedoras, para você tomar decisões. Às vezes, procuramos cegamente o maior volume de fontes de dados e não levamos em consideração os objetivos que temos que cumprir com as análises.
E nesse capítulo, o grande volume de dados acaba confundindo as ações. Aqui fica muito claro que o trabalho do analista é sempre confrontado com esse problema: se duas de três evidências estão a favor de uma hipótese, vale arriscar ou só porque tem um contra você vai buscar mais informações?
Outro ponto interessante do livro é que ele nos alerta sobre como o contexto pode influenciar na análise. Basicamente, se estamos vendo um filme de comédia ou qualquer um com uma mensagem otimista e feliz, tenderemos a fazer análises mais positivas do que se fosse o contrário, mesmo com a mesma quantidade de dados à disposição.
Acho que um equilíbrio entre intuição e habilidade teórica do analista com o uso correto das informações coletadas, seja em grande ou pequena quantidade, é o que se pode tirar de conclusão do livro. Não vale só contar com o subjetivo, mas também não se entupir de informações.